As exportações de café verde do Brasil no mês passado somaram 2,78 milhões de sacas de 60 kg, queda de 29,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com o país lidando com uma oferta mais restrita pelos efeitos da entressafra, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) divulgados há pouco.
Considerando a parcela de café industrializado, as exportações brasileiras totais somaram 3,09 milhões de sacas, queda de 27,7% na mesma comparação.
E, pelo menos até a chegada ao mercado da safra, cuja colheita está começando, este cenário não deve mudar após exportadores embarcarem níveis recordes em 2024, para aproveitar os preços elevados.
“Até a entrada da safra de arábica, esperamos queda nas exportações nos próximos dois meses. Como viemos de embarques históricos no ano passado, é natural que 2025 apresente menores volumes”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.
Mas ele ressaltou que receita cambial avançou 41,8% no mesmo intervalo comparativo, para US$ 1,341 bilhão, como reflexo dos altos preços no mercado internacional.
Já para o café arábica, Ferreira avalia que as condições climáticas, anteriormente não favoráveis, com estiagem e altas temperaturas no Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Mogiana, apresentaram “sensível melhora”, o que leva o mercado no geral a revisar suas estimativas para cima.
O presidente do Cecafé disse também que, permanecendo as condições climáticas adequadas após a colheita, durante os períodos de florada, fixação dos chumbinhos e posterior crescimento dos grãos, o parque cafeeiro do Brasil tem um potencial para uma safra significativa, tanto de arábica, quanto dos canéforas em 2026. (Reuters)